Na tarde desta quinta-feira (17), em sessão solene no Senado, o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) foi às lágrimas e fez um apelo público por orações após a Procuradoria‑Geral da República (PGR) solicitar ao Supremo Tribunal Federal (STF) sua condenação por tentativa de golpe de Estado.
Emocionado, Bolsonaro declarou: “Acredito em Deus, peço orações a vocês”. Ele reafirmou sua crença de que a verdade “óbvia” acabará prevalecendo e lembrou que a trajetória de poder é passageira: “um dia ele vai embora, eles mudam”. Em sua fala, criticou “pessoas poderosas” no Senado, afirmando que, por mais próximos de serem “a terra prometida do Ocidente”, ainda são impedidos por “alguns poucos” — e concluiu com um tom de resignação: “Caso essa missão seja impossível, aí sim entrego nas mãos de Deus”.
Acusações e desdobramentos do processo
Bolsonaro é um dos oito réus na Ação Penal 2.668, movida no STF, acusado de cinco crimes relacionados à articulação de um plano para manter-se no poder após as eleições de 2022:
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Organização criminosa armada
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Tentativa de abolir violentamente o Estado Democrático de Direito
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Golpe de Estado
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Dano qualificado por violência e grave ameaça
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Deterioração de patrimônio tombado
Caso condenado por todos os crimes, o ex-presidente pode enfrentar penas superiores a 40 anos de prisão. Entre os réus, apenas Alexandre Ramagem é acusado de três dessas infrações, com análise de outros crimes suspensa até o término de seu mandato parlamentar.
De acordo com o procurador da República, que assina o parecer, as intenções golpistas de Bolsonaro esbarraram na recusa das Forças Armadas — Exército e Aeronáutica — que se mantiveram fieis à Constituição, apesar de serem alvo de pressões e “ataques virtuais” para aderir à suposta conspiração. Segundo o documento, Bolsonaro teria liderado o esquema como “principal articulador” e “maior beneficiário” dos atos.
